Biblioteca

Biblioteca Euclides da Cunha

A biblioteca do CEB, no afã de divulgar a cultura brasileira em todos os seus aspectos, oferece seus serviços em horários contínuos, de 08:00 às 21:00hs de segunda à sexta - feira e aos sábados de 08:30 às 12:00hs e de 13:00 às 17:00hs.

Entre os serviços oferecidos pela biblioteca encontramos:

Serviço de referência no recinto da biblioteca.

Empréstimos de materiais bibliográficos (livros, revistas, jornais) e materiais áudio- visuais das distintas áreas do conhecimento.
No acervo bibliográfico destacam- se materiais de história, arte e literatura brasileiras, com títulos que representam as etapas do desenvolvimento cultural do Brasil através da história.

Serviço de internet, como ferramenta de pesquisa.


A Biblioteca “Euclides da Cunha” está aberta a todo público interessado, de forma gratuita. Para mais informações faça suas consultas a biblios.ceb@embajadabrasil.com.py.

É bom lembrar...

"Escrevendo ou lendo nos unimos para além do tempo e do espaço, e os limitados braços se põem a abraçar o mundo; a riqueza de outros nos enriquece a nós. Leia." Agostinho Silva.


A mão 
Carlos Drumond de Andrade

Entre o cafezal e o sonho
o garoto pinta uma estrela dourada
na parede da capela,
e nada mais resiste à mão pintora.
A mão cresce e pinta
o que não é para ser pintado mas sofrido.
A mão está sempre compondo
módul-murmurando
o que escapou à fadiga da Criação
e revê ensaios de formas
e corrige o oblíquo pelo aéreo
e semeia margaridinhas de bem-querer no baú dos vencidos
A mão cresce mais e faz
do mundo-como-se-repete o mundo que  telequeremos.
A mão sabe a cor da cor
e com ela veste o nu e o invisível.
Tudo tem explicação porque tudo tem (nova) cor.
Tudo existe porque foi pintado à feição de laranja mágica
não para aplacar a sede dos companheiros,
principalmente para aguçá-la
até o limite do sentimento da terra domícilio do homem.
Entre o sonho e o cafezal
entre guerra e paz
entre mártires, ofendidos,
músicos, jangadas, pandorgas,
entre os roceiros mecanizados de Israel,
a memória de Giotto e o aroma primeiro do Brasil
entre o amor e o ofício
eis que a mão decide:
Todos os meninos, ainda os mais desgraçados,
sejam vertiginosamente felizes
como feliz é o retrato
múltiplo verde-róseo em duas gerações
da criança que balança como flor no cosmo
e torna humilde, serviçal e doméstica a mão excedente
em seu poder de encantação.
Agora há uma verdade sem angústia
mesmo no estar-angustiado.
O que era dor é flor, conhecimento
plástico do mundo.
E por assim haver disposto o essencial,
deixando o resto aos doutores de Bizâncio,
bruscamente se cala
e voa para nunca-mais
a mão infinita
a mão-de-olhos-azuis de Candido Portinari

Carlos Drumond de Andrade : Poeta, cronista, contista e tradutor brasileiro. Sua obra traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social.
Na poética de Carlos Drummond de Andrade, a expressão pessoal evolui numa linha em que a originalidade e a unidade do projeto se confirmam a cada passo. Ao mesmo tempo, também se assiste à construção de uma obra fiel à tradição literária que reúne a paisagem brasileira à poesia culta ibérica e européia.

Candido Portinari:  foi um dos pintores brasileiros mais famosos. Este grande artista nasceu em São Paulo, na data de 29 de dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia e política. Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos países, entre eles, a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos. No ano de 1935 ele recebeu uma premiação em Nova Iorque por sua obra "Café". Deste momento em diante, sua obra passou a ser mundialmente conhecida. Dentre suas obras, destacam-se: "A Primeira Missa no Brasil", "São Francisco de Assis" e Tiradentes". Seus retratos mais famosos são: seu auto-retrato, o retrato de sua mãe e o do famoso escritor brasileiro Mário de Andrade. No dia seis de fevereiro de 1962, o Brasil perdeu um de seus maiores artistas plásticos e aquele que, com sua obra de arte, muito contribuiu para que o Brasil fosse reconhecido entre outros países. A morte de Cândido Portinari teve como causa aparente uma intoxicação causada por elementos químicos presentes em certas tintas.



Obra: Marias de Cândido Portinari



Obs: Na Biblioteca Euclides da Cunha do CEB, poderá conhecer mais  poemas do autor e mais obras no catálogo de Portinari.
A mão  (Poema a Cándido Portinari)